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Europe Jazz Network lança campanha para promover a igualdade de gênero no jazz

Uma iniciativa online lançada na última segunda-feira (8), pela EJN em colaboração com revistas, portais e rádios na Europa e além, visa defender um setor de música criativo mais justo e equilibrado



O Dia Internacional de Mulher de 2021 foi o gancho para o início de duas semanas de sensibilização para a igualdade de gênero no jazz. A iniciativa online é da Europe Jazz Network, e existe uma hashtag para ajudar a espalhar a palavra e unir tudo o que se fizer: #womentothefore.

Esta campanha serve de desafio para que os meios de comunicação (e não só) também reflitam sobre as suas próprias linhas editoriais (se estão ou não estão a ser negligentes com o talento feminino) e a forma como devem encarar as desigualdades óbvias que existem no tratamento entre homens e mulheres.

"Encorajamos editores de revistas, sites de alto nível e produtores de rádio em toda a Europa e além a se comprometerem a aumentar a cobertura (artigos, entrevistas) de mulheres e, quando possível, para fornecer recursos especiais sobre mulheres e/ou bandas lideradas por mulheres para este período".

Como incentivo, a EJZ (que, em 2018, assinou um “Manifesto do Equilíbrio de Gênero para Jazz e Música Criativa”) vai partilhar todos o conteúdos que tiverem a hashtag anteriormente mencionada. Quanto mais conteúdo tiver disponível e quanto mais ativos estiverem na campanha, mais forte será a mensagem comum. O objetivo é aumentar a visibilidade e o perfil da ação coletiva da EJZ e que, por sua vez, levará a um maior reconhecimento dos muitos papéis importantes que as mulheres desempenham no jazz. "Estamos convencidos de que a nossa ação também pode servir de inspiração para os setores do jazz e da música criativa em outras partes do mundo", destacaram no site oficial.


Sobre as atividades da EJN sobre equilíbrio de gênero


Desde 2010, a EJN tem trabalhado para melhorar o equilíbrio de gênero no jazz e setor de música criativa. Nos últimos cinco anos, recolheram os dados sobre a representação nos programas artísticos e no staff de seus membros. Esses dados ilustram uma tendência positiva de um número crescente de mulheres, dentro e fora do palco, mas também algumas desigualdades persistentes. Por exemplo, em 2015 , 38% dos shows organizados pelos entrevistados apresentavam pelo menos uma artista feminina, e esse número cresceu para 46% em 2019 . Da mesma forma, aumentaram as porcentagens para a presença de mulheres em encomendas artísticas (43% em 2015, 59% em 2019) e em projetos educativos (50% em 2015, 51% em 2019).


Com relação à gestão e posições de liderança em organizações musicais, em 2019 25% das organizações membros que responderam à nossa pesquisa tinham uma mulher como diretora artística, 37% dos membros da diretoria dessas organizações eram mulheres, enquanto a composição geral do quadro de funcionários e as equipes de voluntários parecem ser mais equilibradas, com uma presença, respectivamente, de 47% de mulheres no quadro de funcionários e de 55% de mulheres como voluntárias .


"Embora o aumento da porcentagem de mulheres envolvidas no jazz, dentro e fora do palco, seja encorajador, isso também demonstra que muito trabalho ainda precisa ser feito para que a representação igualitária e o verdadeiro equilíbrio de gênero sejam alcançados em nosso setor".

No jornal PÚBLICO de Portugal, o jornalista Nuno Pacheco aproveita a deixa para puxar a voz e o conhecimento de Beatriz Nunes, cantora e compositora que “tem este tema como objecto de investigação e mestrado”, para a linha da frente. Um elucidativo artigo sobre as problemáticas à volta da representação da mulher no jazz, apresentando ainda “números demonstrativos do que foi conseguido desde 2010 no âmbito desta associação europeia de promotores e apresentadores de música ao vivo”.








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