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Batida Clássica e Funk Orquestra: onde o crossover da música clássica com o funk brasileiro é real

Atualizado: 21 de dez. de 2020

Para Mozart nenhum botar defeito, os grupos musicais da cidade maravilhosa, quebram os paradigmas e trazem a música clássica para mais perto das comunidades


Funk Orquestra no Rock In Rio - Foto: Celso Lobo

Que batida é esse que na "internet" é sensação? É claro que é funk, meu irmão! Se você vive nesse planeta, você provavelmente leu essa frase cantando e alguns até mexeram o ombrinho que eu sei. O que você não sabe, ainda, é que 'Baile da Gaiola' pode ser tocada por um violoncelo ou que 'Vai Malandra' já foi apresentada por uma orquestra no palco do Rock in Rio. E eu vou te contar como isso aconteceu.


O funk é clássico, literalmente. A prova disso vem de dois grupos musicais: o Batida Clássica e o Funk Orquestra. Através deles, as barreiras sociais viram música e mostram pra gente que há muita beleza em unir dois ritmos que parecem extremos e que não deixam ninguém parado!



Baile da Penha, sempre lotado


40 mil. Esse é o número de visualizações do hit de MC Kevin O Cris, tocado pelo grupo Batida Clássica, no Youtube. O trio que é cria da Orquesta de Cordas de Grota (escola voltada a população carente da região de Niterói e que ensina a garotada a tocar instrumentos mais clássicos), e que ainda não é uma banda, é formado por amigos que juntos se divertem tocando as músicas que escutam nos morros cariocas.


Gabriel “Nego G” (violino), Samuel "Menininho do Violoncelo" e Jorge (Contrabaixo), de Niterói, gravaram diversos sucessos do funk carioca com instrumentos de música clássica. O requinte desses instrumentos contracena com morros, chinelos, camisetas simples. O som? Surreal! A mistura que acontece ali é energizante. Mais do que isso, cria o sorriso de três jovens que agora conseguem imaginar um futuro melhor para eles. Na música.



A primeira orquestra de funk do mundo.


O repertório do Funk Orquetra tem os hits “Rap Da Felicidade”, “Nosso Sonho" até 'Vai Malandra” e os “150BMP” do Baile da Gaiola, tudo isso regido pelo maestro Eder Paolozzi ( violinista e regente titular da Orquestra Sinfônica Cesgranrio), junto com os DJ's Fabio Tabach e Phabyo DJ (lenda do funk, do baile do Castelo das Pedras) e mais 15 jovens músicos, grande parte deles oriundos de projetos sociais de música sinfônica, das comunidades do Rio de Janeiro.


"Nesse trabalho podemos mostrar que a orquestra nem sempre precisa ser séria ou sisuda. No palco, nós nos libertamos do formalismo e tocamos sem roupas de gala, em pé e dançando", disse em entrevista o maestro Eder Paolozzi.

Foto: Marcelo Tabach

Em 2019, o funk completou 30 anos de existência e uma das celebrações aconteceu no palco Sunset do Rock In Rio. Junto com Ludmilla, Fernanda Abreu e Buchecha, a Funk Orquestra marcou a edição do evento em uma das mais energizantes collabs musicais do palco. Quem esteve ou assistiu ao vivo a transmissão, sabe que foi histórico!



Vida longa ao Batida Clássica e ao Funk Orquestra, movimentos musicais originais, que vão além dos preconceitos e mandam seu som com maestria, e muita qualidade


Inclusive, os meninos do Batida estão fazendo uma vaquinha para fazerem a compra de um contrabaixo acústico ou para conseguir a doação de um. Devido à pandemia, o Espaço Cultural da Grota, local de estudo musical deles, precisou ser fechado. Por conta disso, eles ficam impossibilitados de ter acesso ao instrumento e com isso não conseguem ensaiar. Se você puder, contribua para que o Gabriel (integrante do grupo) consiga continuar com os estudos.


Vamos encerrar essa matéria assim: com chave ouro, pois nada melhor para animar essa semana do que esse remix do DJ Spark, que comprova que o melhor do Brasil é o brasileiro!




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