Jonathan Ferr mistura jazz, rap, amor e caos em novo single ; Conheça 'Te Assistir Sorrir'

Em nova fase, músico carioca se aprofunda ainda mais no movimento urban jazz e conta com a ajuda de nomes consolidados do rap nacional para unir tribos.

Foto: Gari Askew - Mac Miller

"É uma pena que o mundo tá acabando e eu te conheci": seria esse o sentimento mais forte entre os amantes no momento em que vivemos? É assim que “Te Assistir Sorrir”, canção do multi-instrumentista carioca Jonathan Ferr com os rappers niLL e Choice, abre e cativa.

Misturando hip-hop e jazz com uma pitada de Brasil, Jonathan nos introduz à sua próxima fase na carreira já estrelar. O músico, considerado um dos grandes nomes do novo jazz brasileiro e com o Rock In Rio na bagagem, está preparando um novo disco e liberou o primeiro single no dia 17 de julho ao lado de dois amigos, reinventando a temática do amor em cada verso.

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“Te Assistir Sorrir” é mais uma empreitada de Jonathan no movimento urban jazz, que busca não só levar o estilo às ruas, mas também trazer elementos de outros ritmos populares à sonoridade. Dessa vez, o rap nacional entrou na brincadeira.

A faixa começou a nascer no caminho de volta de um encontro do músico com IZA, nome forte do pop nacional, com quem colaborou com os arranjos vocais no show da turnê do disco “Dona de Mim”. Embalado por uma melodia e frase que não saíam da cabeça, Ferr cantarolou até poder gravá-la no celular, mas o desenvolvimento veio só dias depois.

Fotos: Divulgação/Jonathan Ferr

Em uma entrevista de rádio, o músico foi apresentado a niLL, rapper paulista com influências do lo-fi e o aclamado “Regina” na bagagem — a conexão foi instantânea e o beat, o flow e a pegada surgiram logo em seguida, em uma tarde gostosa da casa de Jonathan. Choice, conterrâneo carioca e uma das inspirações de Ferr no hip-hop, chegou para somar em um trabalho já rico. 

“Já era fã do trabalho dele, assim como do niLL, e foi a música que formou nossa amizade. Eu gosto de fazer amigos assim, através dessa conexão musical, que é onde me sinto em casa. ‘Te Assistir Sorrir’ é o fruto dessa união e eu não poderia estar mais orgulhoso,” conta Jonathan.

Com uma levada gostosa e falando de amor, “Te Assistir Sorrir” vem para introduzir o casamento do jazz e do hip-hop em um momento onde precisamos cada vez mais de música que traga conforto. Além da colaboração de Jonathan Ferr com niLL e Choice, o DJ e beatmaker Lossio, parceiro antigo de produção e colaboração do Jonathan, também deu seu toque à faixa ao lado dos músicos.

O clipe oficial para a faixa chega no dia 30 de julho.

JONATHAN FERR

Nascido no Morro da Congonha, bairro de Madureira, na periferia do Rio de Janeiro, Jonathan Ferr foi iniciado no jazz cedo e por um caminho peculiar. Ainda criança, conheceu o disco “Sweet Anointing”, do americano Jimmy Swaggart, e começou sua saga em busca da música, uma nota no piano de cada vez. Também não foi muito tarde que o músico descobriu um fato importante e que daria norte à sua carreira: no Brasil, o jazz tradicional amplamente executado não cabia na mente criativa do pianista. Ele afirma que a coisa “precisa ser contemporânea, urbana, conversar com o povo daqui”.

Seguindo por este caminho, Jonathan trilhou a carreira como músico de apoio por um tempo, e logo entendeu que precisava se dedicar completamente a jornada solo para alcançar voos maiores. Em 2019, estreou com o disco “Trilogia do Amor”, elogiado por público e crítica, o qual se apresentou com seu quarteto em inúmeros festivais pelo Brasil, em destaque o Rock in Rio.

A quem ainda não o conhece, Ferr avisa: “Meu trabalho é híbrido, mas eu sou pianista de jazz — na verdade, é justamente isso que me dá liberdade. Poder improvisar, implementar outros elementos, essa é minha pegada. Eu gosto muito de hip-hop, música eletrônica, rock e afins, e é esse tipo de inspiração que trago para a minha música. Faço música para me conectar e estou me reinventando o tempo todo. Me reinvento a partir de lugares que nem estou, mas trago pra mim.”

Para os próximos meses, Jonathan Ferr promete um disco de piano solo, ideia que vem sendo amadurecida nesta quarentena.